quinta-feira, maio 27, 2010

Umas atras das outras

Sei que muitas vezes, para não dizer todas,
não entendes nem gostas do que escrevo.
Para mim, hoje faz sentido, amanha nem por isso.


O caminho faz-se caminhando.
Um texto faz-se escrevendo.


Depois pode vir um vazio....


e continuar assim por uns momentos....


ou dias!


Mas para para melhorar a escrita criativa, e para melhorar a forma de expressar em palavras, tenho que continuar a escrever.
Escrever coisas sem sentido, escrever coisas que não entendo.
Escrever por escrever como os acasos da vida.

Não é isso a nossa vida? Coisas que não sabemos e acabamos por fazer. Coisas que fazemos sem saber bem porque ou como.
Eu... bem, eu escrevo umas palavras atrás das outras da forma que melhor fluir.
-de melhorar.
Hei-de expressar.
Vou conseguir contar!

quarta-feira, maio 26, 2010

Quando os cordeiros acordarem

Numa noite de lua cheia junto à berma da estrada
segue uma mulher num passo estranho de quem vai cambaleando.
Leva os braços cruzados, os olhos negros, e com uma estranha calma
Parece que leva consigo um vazio de alma.

Passa ao lado de um café cheio
que nada parece de um país que está em crise.
Onde está o lobo que fará acordar e dar algum fervor
a estes cordeiros que se mantêm calmos sendo guiados por um mau pastor.

A mulher estica os braços e começa a caminhar com vigor,
sente dentro de si a revolta que lhe passa dos nervos aos tendões.
Os cordeiros, bem "mandados" continuam na sua rotina sem perceber
que só vão deixar de ser cordeiros, quando tiverem a coragem de se transformar em leões.

quarta-feira, maio 05, 2010

Monte Real - Onde o passado está presente

No fim de semana passado fui de "fugida" para Monte Real, perto de Leiria.

Monte Real é conhecida pelas termas por alguns, e pela Base aérea por outros.

Para mim ficou conhecida pelo Palace Hotel Monte Real & SPA (foto).

Aproveitando uma promoção que estão a fazer, a um preço muito convidativo para um Hotel de 4*, fiquei bastante satisfeito. Vá lá, vou ser (ainda mais) sincero, muito satisfeito.

O atendimento, que à chegada, bem como no restaurante, bar e restantes serviços é óptimo.

O bar tem música ao vivo, com um senhor a tocar uma excelente selecção musical no piano.

O quarto é bastante grande, equipado com mini-bar, LCD de 82cm, ar condicionado, cofre e um guarda roupa considerável.

A casa de banho, cujo o acesso é feito pelo meio do guarda roupa, tem umas dimensões que se aproximam das áreas de determinados quartos em hotéis de categorias mais baixas.

Com banheira e ainda um chuveiro à parte, pode ser usado para relaxar também.



Na parte exterior, existe um bom circuito de manutenção e uma piscina, o que torna este lugar igualmente apetecível para o Verão.

Na localidade em si, diga-se em abono da verdade, não existe nada!!

Mas também é exactamente o "nada" que se procura nestes locais.

As casas tem (e estão extremamente bem conservadas) 50, 60, 70 ou até mais anos.

Aconselho este lugar a quem procurar um fim de semana relaxado.
Fica a cerca de 1h20m de distância (do Porto e de Lisboa) e de acessos muito bons!

Para quem tiver um pouco mais de € para gastar, podem usufruir do Spa, massagens, termas e afins!

Eu fiquei fã! A repetir! Mas 2 noites será o ideal.

PS: Entretanto, se alguém estiver interessado, posso colocar fotos do resto do hotel e vila. Também poderei esclarecer qualquer dúvida que tenha ficado.

Invictus

Da noite que me cobre,
Negra como um poço de alto abaixo,
Agradeço quaisquer Deuses que existam
Pela minha alma inconquistável.

Na garra cruel da circunstância
Eu não recuei nem gritei.
Sob os golpes do acaso
Minha cabeça está sangrenta, mas erguida.

Além deste lugar de fúria e lágrimas
Só o eminente horror matizado,
E contudo a ameaça dos anos
Encontra e encontrar-me-á, sem temor.

Não importa a estreiteza do portão,
Quão cheio de castigos o pergaminho,
Sou o dono do meu destino:
Sou o capitão da minha alma.


Copyright ©William Ernest Henley

terça-feira, maio 04, 2010

INVERSÃO DE VALORES

INVERSÃO DE VALORES - CARTA DE UMA MÃE PARA OUTRA MÃE (ASSUNTO VERÍDICO).

*Carta enviada de uma mãe para outra mãe no Porto, após um telejornal da RTP1:

De mãe para mãe...

Cara Senhora, vi o seu enérgico protesto diante das câmaras de televisão contra a transferência do seu filho, presidiário, das dependências da prisão de Custóias para outra dependência prisional em Lisboa.
Vi-a a queixar-se da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que vai passar a ter para o visitar, bem como de outros inconvenientes decorrentes dessa mesma transferência.
Vi também toda a cobertura que os jornalistas e repórteres deram a este facto, assim como vi que não só você, mas também outras mães na mesma situação, contam com o apoio de Comissões, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, etc...

Eu também sou mãe e posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro, porque, como verá, também é enorme a distância que me separa do meu filho.
A trabalhar e a ganhar pouco, tenho as mesmas dificuldades e despesas para o visitar.
Com muito sacrifício, só o posso fazer aos domingos porque trabalho (inclusivé aos sábados) para auxiliar no sustento e educação do resto da família.

Se você ainda não percebeu, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou cruelmente num assalto a uma bomba de combustível, onde ele, meu filho, trabalhava durante a noite para pagar os estudos e ajudar a família.

No próximo domingo, enquando você estiver a abraçar e beijar o seu filho, eu estarei a visitar o meu e a depositar algumas flores na sua humilde campa, num cemitério dos arredores...

Ah! Já me ia esquecia: Pode ficar tranquila, que o Estado se encarregará de tirar parte do meu magro salário para custear o sustento do seu filho e, de novo, o colchão que ele queimou, pela segunda vez, na cadeia onde se encontrava a cumprir pena, por ser um criminoso.
No cemitério, ou na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante dessas "Entidades" que tanto a confortam, para me dar uma só palavra de conforto ou indicar-me quais "os meus direitos".

Para terminar, ainda como mãe, peço por favor:
Façam circular este manifesto! Talvez se consiga acabar com esta (falta de vergonha) inversão de valores que assola Portugal e não só...


Direitos humanos só deveriam ser para "humanos direitos" !!!