Tu sabes do que falas?

Como se fala de lugares onde nunca se esteve?
Como se descrevem sentimentos que nunca tivemos?
Como se explica o sabor de um alimento que sabe a algo que nunca provamos antes?
Como é que classificamos algo que não compreendemos?
Como é que julgamos algo se apenas ouvimos uma parte?
Onde é que apanhamos o barco para o outro lado?
Haverá outro lado?
Estaremos do lado certo da barricada?
Esta é uma guerra justa?
O meu cérebro deixa-me ver as coisas como elas são?
E será que os meus olhos me pregam partidas?
Será que os olhos é que me deixam ver, e o cérebro é que me prega partidas?
Porque dizemos que não queremos ir a um lugar onde nunca estivemos? Porque nos disseram que não valia a pena? E quando nos dizem para não ir por um caminho, não vamos na mesma?
É tão fácil fazer um texto só com perguntas não é? Será que existem respostas para elas?

Somos sempre melhores que os outros não somos? Teimoso, eu? Quem é que é mais bonito que eu? Por favor, estás a brincar não estás? Mas tu ouviste o que ela disse? Ela já se viu ao espelho? Quem és tu para me levantares a voz?

E quando temos um problema, para onde vai essa altivez? Porque é que tinha que me acontecer isto? Perdoas tudo aquilo que te disse? Podes fazer-me um favor? Sabes que podes contar comigo sempre que precisares não sabes? Tomas conta dos meus filhos? Regas as minhas plantas?

Safei-me? Já não vou morrer? Como é que eu me consegui safar disto sozinho? Sou mesmo um gajo forte não sou?


Um dia os olhos vão fechar-se, os ouvidos vão tapar-se e a boca irá ficar cerrada....
Mas antes que esse dia chegue, eu vou viver todos os dias, não como se fosse o ultimo, mas como sendo único!