Nunca se sabe quando é preciso ajudar...

A história que vou relatar aconteceu (mesmo) no passado dia 02/12/2010...

Eram cerca das 8h50 quando me dirigia para o trabalho, e depois de passar a linha de comboio junto ao Rocha's, já quase a chegar ao lugar conhecido por "pito acesso" (acho que ninguém sabe o porquê..)vejo um homem deitado no chão como se tivesse caído de cara... Tinha metade do corpo em cima do passeio e metade na estrada. Junto a ele estava outro homem que dava a impressão de lhe estar a tocar no ombro como quem toca em alguém que está a dormir ou desmaiado para "verificar" se tem sinais de vida... Esta foi a visão que tive enquanto passava de carro. Foram breves segundos. Não mais de 3 ou 4 segundos que me permitiram fazer esta leitura. Nos 400metros seguintes, e depois do "choque" de ver aquele homem prostrado no chão, o qual podia ter tido um ataque cardíaco fulminante ou algo do género que tivesse terminado com a sua vida naquela manha gélida, tive que decidir se voltava para trás para ajudar ou não.
Durante esses 400 metros pensei nos seguintes prós e contras:
Os prós:
- Podia ajudar aquele homem, ou o senhor que estava junto a ele a conseguir socorro;
- Eu tinha telemóvel e o outro senhor, embora pouco provável, poderia não ter;
- Se fosse com um familiar meu ia desejar vivamente que alguém parasse para o ajudar.
Os contras:
- Estava atrasado já, e ia certamente ver o meu ordenado descontado;
- O ser humano infelizmente confunde muitas vezes a "curiosidade mórbida" com o sentido de ajuda e, embora seja totalmente contra o facto de as pessoas pararem só "para ver como e o que foi que aconteceu", estava a tentar decifrar se por acaso era isso que estava a sentir.

Resultado: Achei que devia dar meia volta e voltar para trás para ajudar aquele senhor, e assim foi. Dei meia volta junto ao hospital (esta ideia de mapa mental, poderá apenas funcionar para quem conhece a zona), e voltei para trás.
Ao chegar à zona o senhor continuava deitado no chão com o outro junto a ele. Nenhum carro tinha parado!!!

Mais próximo, abrandei para ver onde podia parar e como estava o senhor. Reparei que tinha um cartão por debaixo dele...achei estranho!
Mais próximo ainda, quando ia a passar mesmo ao lado, reparei que ele estava com o braço dentro da sarjeta e o outro estava a chegar-lhe um cano!!
FIQUEI FULO!
O que eu vi, foi um canalizador a desentupir um cano qualquer na rua, e o outro estava a chegar a ferramenta!!!!!!!!

Contudo, fiquei satisfeito comigo mesmo por ter "tentado" ajudar alguém que pensei precisar, e ao mesmo tempo fiquei aliviado por não ser necessária qualquer ajuda!

PS: consegui chegar a tempo e o meu ordenado nesse dia permaneceu intacto!!