quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Só por curiosidade.... (não que eu esteja a insinuar algo... cof cof)

Por cada cigarro que se fuma perdem-se 11 minutos de vida
01.02.2007 - 08h41 Andrea Cunha Freitas



A doença cardíaca coronária mata mais de sete milhões de pessoas por ano. O cardiologista Sandeep Gupta, indiano instalado em Londres, teme pelo fosso entre pobres e ricos e apela à responsabilidade de cada um na prevenção da doença. Tão importante como reverter a aterosclerose, diz, é inverter comportamentos de risco.

PÚBLICO - Com os novos tratamentos da aterosclerose que abrem a possibilidade de regressão da doença não se corre o risco de vermos as pessoas a comer e beber à vontade, porque sabem que terão a droga para corrigir os males desse comportamento?

SANDEEP GUPTA - Isso é uma interessante psicologia. É a história da polipill mágica [a proposta de criar um comprimido que junte seis medicamentos: estatina, aspirina, três drogas para a tensão arterial e vitaminas]. Há investigadores que defendem que se dermos este comprimido a todas as pessoas com mais de 55 anos com factores de risco será possível eliminar cerca de 80 por cento dos ataques cardíacos e enfartes. Perante isto, pode-se argumentar que mais vale aproveitar o hambúrguer, os cigarros, etc...

Mas não funciona assim. Quem tem doenças de coração tem de assumir responsabilidades. Fazer mais exercício, pensar sobre os cigarros e as refeições gordas. E não temos de esperar que as pessoas se tornem doentes. Por que não procuramos o pré-paciente?

Ou seja, a pessoa que reúne alguns factores de risco?


Sim. Não é possível controlar a história familiar. Portanto, temos de nos concentrar no que podemos controlar. Pode parar de fumar. Sabe que por cada cigarro que fuma perde 11 minutos de vida? Em média, a esperança de vida de um fumador é de menos dez anos do que um não fumador. Se parar de fumar, em 12 meses o risco já caiu em 50 por cento.

Acha que os cigarros são o principal inimigo?

Não. Nenhum risco é mais importante. Oitenta por cento dos ataques de coração são explicados por quatro factores de risco: fumar, tensão arterial alta, diabetes e colesterol.

No caso do colesterol, a dieta tem um papel importante. É preciso insistir aí?


As pessoas são muito indulgentes. Temos de começar a comer as coisas certas na quantidade certa. O mundo, com seis mil milhões de pessoas, está dividido em dois. Metade está a passar fome e a outra tem excesso de peso. E, dos dois lados, morre-se cedo. E temos de falar de exercício.

Também é preciso fazer exercício para garantir um estilo de vida saudável e prevenir a aterosclerose...

Os mais novos devem fazer mais exercício. Para os mais velhos, na meia idade, que acham que têm vidas ocupadas e filhos, preocupem-se só com a actividade física. Subir as escadas até casa em vez de entrar no elevador, por exemplo. As pessoas devem fazer 30 minutos de exercício aeróbico: ligeiramente a suar, ligeiramente ofegante e ligeiramente a acelerar a batida cardíaca. Se conseguirem três lotes de dez minutos tem o mesmo benefício.

Apesar da prevenção, não baixou a mortalidade das doenças cardíacas. O que podemos fazer?

Temos de manter a pressão. As sociedades de aterosclerose, cardiologia, os media, os campeões de futebol, as estrelas da música. Todos temos de participar. Temos de ir ao recreio da escola, dizer às empresas para reduzirem o sal da comida de bebés... Não podemos esperar pelos 40 anos para mudar os hábitos. Isto merece o envolvimento do governo, da indústria alimentar e da comunidade médica. De todos.

Acha que a polipill também será importante?

Se calhar, vamos precisar é de uma "mini-polipill", com três igredientes: aspirina, um medicamento para baixar a tensão e estatina.

Sem as vitaminas?


Não há provas de que funcionem para o coração. E há ainda outro conceito: o British Medical Journal publicou um artigo em que se propunha uma ementa semanal que incluísse vinho tinto, amêndoas ou nozes, alho, peixe gordo, vegetais verdes e chocolate preto. Seis ingredientes na proporção certa, estatisticamente terão o mesmo beneficio no coração que a pollipill. Chama-se a polimeal.

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